quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ENTRE A TERRA E O AR

(Manuela Barradas)

“É de muito gosto
sentir pés no chão,
ter terra entrededos,
girar como pião.
Tal qual saci, por ai saciando,
num pé só equilibrando,
a desafiar meus medos.

Bem mais esmero
sem pés no chão,
saltitar no céu,
no vão, em vão.
Distante do solo, só lamento,
é que em cima sou sentimento,
basta um passo em falso,
ofusca o meu realço,
perco meu alento.

Bom mesmo é estar
entre a terra e o ar,
sem véu, ao léu,
se abrigar no mar,
lavar a alma
em refúgio de calma
que é pra flutuar... flutuar.

Porque água vira gelo e vira ar!”
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