terça-feira, 19 de outubro de 2010

CAI CÁ CADU

(Manuela Barradas)

"Cupido, Cadu, danado,
caiu meio capengado.
Atingiu meu peito,
Cadu, coitado,
vive a suspirar
fazendo de ti canção.

Casar Cadu, será?
Em nossa casinha,
graciosa casinha,
juntinhos morar.
Bem na noite de lua
nossa cama arrumadinha,
assobia a canarinha
pra o amor eternizar.

E quando mais tarde,
anuncia a cigarra,
a cegonha bate asas,
ela está pra chegar,
com a criança, Cadu,
fruto nosso,
amor nosso,
pra gente no colo caducar.

Ainda que, enfim, velhinhos,
assim Cadu, caduquinhos,
carequinha vais estar.
Te cafungo de mansinho,
cá te canto bem baixinho
e acarinho pra ninar”

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DESCULPA POESIA

(Manuela Barradas)

“Meu peito a clamar,
apertado de agonia,
se queixa em julgar
o que não foi poesia.

A ingenuidade
me fez aprender,
brutamente, a viver
sem infantilidade.

Sei que errei,
magoei,
não pensei.
Falhei inocente.

E, sendo assim,
minha culpa,
sem culpa,
suplica:
desculpa!”
250x125 Ads1